Mais um ano passado, sobre o 25 de abril de 1974, data em que o Povo Português, após a Revolução dos Cravos, levada a efeito pelos Capitães de Abril, se viu liberto de uma ditadura que, ao longo de, pelo menos, meio século, lhe havia suprimido a Liberdade, asfixiado e oprimido, para além de lhe impor uma guerra colonial, que aos poucos o foi transformando, num dos povos mais desanimados e infelizes da Europa.

Foi neste contexto que se foram criando as condições para que os jovens Capitães de Abril, num verdadeiro ato de libertação, acabassem por abrir as portas à Democracia e, consequentemente, a um novo período da História de Portugal, em cujo contexto o Povo Português se lançou na construção de uma sociedade mais livre, democrática, solidária e justa, que veio a culminar na aprovação de uma nova Constituição da Republica, por ventura, a maior das conquistas de Abril.

Todavia, ao longo deste processo, apesar da existência de um período de verdadeira euforia em que tudo parecia possível e realizável, alguns períodos de maiores dificuldades se têm verificado, no sentido de adulterar a sociedade que Abril nos prometeu e que tantos sonhos fez despertar.

Perante tais factos e dificuldades não podemos, todos nós, deixar de cultivar esses sonhos, devendo outrossim, ostentá-los, face a antigos e novos inimigos que vão, aqui e além, despontando, de forma mais ou menos traiçoeira.

Desta forma e face às desigualdades e injustiças verificáveis na sociedade atual, conduzindo a que, enquanto a riqueza mais se concentra nas mãos de uns poucos, os mais frágeis estão cada vez mais desprotegidos, uma realidade que a pandemia veio agravar, é agora o tempo da Fraternidade, no sentido de que a má distribuição da riqueza produzida pelo país seja radicalmente alterada.

Isto é, teremos agora de ter a Coragem Fraternal de dizer um rotundo NÃO ao agravamento das desigualdades e que, claramente, se traduza numa afirmação inequívoca de dizer um SIM à necessária e indispensável Recuperação e Reconstrução no âmbito de bons Programas de Desenvolvimento futuros que não podendo acentuar essas desigualdades sejam, ao invés disso, o caminho para a concretização dos sonhos de Abril.

Com um tal propósito e para que essa luta saia vitoriosa teremos de ter/ganhar a Coragem de impor, junto seja de quem for e por todos os meios ao nosso alcance, que os futuros responsáveis políticos sejam detentores de uma real Autoridade Moral, incompatível com uma qualquer probabilidade de existência de Corrupção de qualquer espécie, incluindo as de que os órgãos de comunicação social se têm tão largamente feito eco e que, a serem verdade/ provadas, urge por termo e criminalizar.

É tempo de a Honestidade passar a ser a regra e não a exceção!

Temos consciência de que, neste contexto os tempos próximos/futuros serão de resistência e de luta, mas no desencadear dessa ação não poderá deixar de perspetivar-se um raio de Esperança num Futuro melhor.

Abril/74 fez-nos, e continua a fazer-nos, acreditar que o FUTURO será melhor, mais livre, mais igual, mais solidário e mais fraterno.

 

Não desistamos do presente, convindo que ninguém, de boa fé, desista, na realização dos Sonhos de Abril e para tal continuemos a dizer:

 

25 DE Abril, Sempre!

ABRAÇO, ARMÉNIO AVELAR LUIS