Villa romana de São Simão um "sitio" dado a conhecer, hoje, em apresentação pública
No âmbito das Comemorações das Jornadas Europeias do Património, inseridas no programa da Feira de São Miguel, esta manhã, pelas 11 horas, realizou-se uma apresentação pública do Sítio Arqueológico da Villa romana de São Simão, com a participação de Luís Matias, Presidente da Câmara Municipal de Penela, Jorge Alarcão, penelense e especialista da época romana, Pedro Carvalho, conselheiro científico e subdiretor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e Sónia Vicente, arqueóloga.
O concelho de Penela tem o privilégio de ter dois sítios arqueológicos da época romana, a Villa romana do Rabaçal que está em processo de classificação como património nacional e o Sítio Arqueológico de São Simão. De acordo com Jorge Alarcão, estas duas villas são “dois modelos arquitetónicos muito diferentes”.
Aquando do início das escavações, em 2016, surgiu um projeto de investigação que permitiu descobrir, até aos dias de hoje, uma pars urbana constituída por 19 pavimentos que rodeiam o peristylum. Esta villa data do século IV e foi ocupada até inícios do século V. Mais tarde, a casa romana poderá ter sido reocupada. Os investigadores chegaram a esta conclusão a partir do momento em que verificaram a construção de estruturas por cima dos mosaicos, algo que seria impensável na época dos romanos.
O Sítio Arqueológico da Villa romana de S. Simão recebeu, este ano, jovens ao abrigo do programa “Jovens ao Serviço da Comunidade”, 50 voluntários de várias nacionalidades e alunos de licenciatura, mestrado e doutoramento de várias áreas (antropologia, arqueologia, entre outras) e duas técnicas de conservação e restauro de nacionalidade francesa. Esta multidisciplinariedade é uma mais valia para a investigação, uma vez que permite uma troca de conhecimentos e experiências.
O Complexo Arqueológico de São Simão é um património coletivo e é necessário “valorizar a herança e o legado que nos foi deixado pelos nossos antepassados, esta é a única forma que temos de valorizar o presente, perceber e compreender o passado para assim perspetivarmos o futuro”, refere Luís Matias. O Município de Penela considera importante preservar o património cultural, arquitetónico e arqueológico enquanto fatores diferenciadores do desenvolvimento do território e de valorização da qualidade de vida das populações.
